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    UERJ 2015

    BEM NO FUNDO 1no fundo, no fundo, bem lá no fundo, 2a gente gostaria de ver 3nossos problemas resolvidos por decreto a partir desta data, aquela mágoa sem remédio é considerada nula e sobre ela - silêncio perpétuo extinto por lei todo o remorso, maldito seja quem olhar pra trás, lá pra trás não há nada, e nada mais mas problemas não se resolvem, problemas têm família grande, e aos domingos saem todos a passear o problema, sua senhora e outros pequenos probleminhas LEMINSKI, Paulo. Toda poesia. São Paulo: Cia. das Letras, 2013. no fundo, no fundo, bem lá no fundo, (ref. 1) Nesses versos iniciais do poema, a repetição de palavras e o emprego do vocábulo "bem" produzem um efeito de:

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    ENEM 2004

    O poema a seguir pertence à poesia concreta brasileira. O termo latino de seu título significa "epitalâmio", poema ou canto em homenagem aos que se casam. Considerando que símbolos e sinais são utilizados geralmente para demonstrações objetivas, ao serem Incorporados no poema "Epithalamium - II",

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    UERJ 2015

    Medo e vergonha 3O medo é um evento poderoso que toma o nosso corpo, nos põe em xeque, paralisa alguns e atiça a criatividade de outros. Uma pessoa em estado de pavor é dona de uma energia extra paz de feitos incríveis. Um amigo nosso, quando era adolescente, aproveitou a viagem dos pais da namorada para ficar na casa dela. Os pais voltaram mais cedo e, pego em flagrante, nosso Romeu teve a brilhante ideia de pular, pelado, do segundo andar. Está vivo. Tem hoje essa incrível história pra contar, mas deve se lembrar muito bem da vergonha. 4Me lembrei dessa história por conta de outra completamente diferente, mas na qual também vi meu medo me deixar em maus lençóis. Estava caminhando pelo bairro quando resolvi explorar umas ruas mais desertas. 5De repente, vejo um menino encostado num muro. Parecia um menino de ma, tinha seus 15, 16 anos e, quando me viu, fixou o olhar e apertou o passo na minha direção. Não pestanejei. Saí correndo. Correndo mesmo, na mais alta performance de minhas pernas. No meio da corrida, comecei a pensar se ele iria mesmo me assaltar. Uma onda de vergonha foi me invadindo. O rapaz estava me vendo correr. E se eu tivesse me enganado? E se ele não fosse fazer nada? Mesmo que fosse. Ter sido flagrada no meu medo e preconceito daquela forma já me deixava numa desvantagem fulminante. Não sou uma pessoa medrosa por excelência, mas, naquele dia, o olhar, o gesto, alguma coisa no rapaz acionou imediatamente o motor de minhas pernas e, quando me dei conta, já estava em disparada. Fui chegando ofegante a uma esquina, os motoristas de um ponto de táxi me perguntaram o que tinha acontecido e eu, um tanto constrangida, disse que tinha ficado com medo. Me contaram que ele vivia por ali, tomando conta dos carros. Fervi de vergonha. O menino passou do outro lado da rua e, percebendo que eu olhava, imitou minha corridinha, fazendo um gesto de desprezo. Tive vontade de sentar na 1guia e chorar. Ele só tinha me olhado, e o resto tinha sido produto legítimo do meu preconceito. Fui atrás dele. Não consegui carregar tamanha 2bigorna pra casa. 'Ei!' Ele demorou a virar. Se eu pensava que ele assaltava, 6ele também não podia imaginar que eu pedisse desculpas. Insisti: "Desculpa!" Ele virou. 7Seu olhar agora não era mais de ladrão, e sim de professor. Me perdoou com um sinal de positivo ainda cheio de desprezo. Fui pra casa pelada, igual ao Romeu suicida. Denise Fraga folha.uol.com.br, 08/01/2013 1 guia - meio-fio da calçada 2 bigorna - bloco de ferro para confecção de instrumentos Na última frase da crônica, a autora correlaciona dois episódios. Em ambos, aparece o atributo 'pelado(a)'. No entanto, esse atributo tem significado diferente em cada um dos episódios. No texto, o significado de cada termo se caracteriza por ser, respectivamente:

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    UERJ 2014

    O tempo em que o mundo tinha a nossa idade 5Nesse entretempo, ele nos chamava para escutarmos seus imprevistos improvisos. 1As estórias dele faziam o nosso lugarzinho crescer até ficar maior que o mundo. Nenhuma narração tinha fim, o sono lhe apagava a boca antes do desfecho. 9Éramos nós que recolhíamos seu corpo dorminhoso. 6Não lhe deitávamos dentro da casa: ele sempre recusara cama feita. 10Seu conceito era que a morte nos apanha deitados sobre a moleza de uma esteira. Leito dele era o puro chão, lugar onde a chuva também gosta de deitar. Nós simplesmente lhe encostávamos na parede da casa. Ali ficava até de manhã. Lhe encontrávamos coberto de formigas. Parece que os insectos gostavam do suor docicado do velho Taímo. 7Ele nem sentia o corrupio do formigueiro em sua pele. − Chiças: transpiro mais que palmeira! Proferia tontices enquanto ia acordando. 8Nós lhe sacudíamos os infatigáveis bichos. Taímo nos sacudia a nós, incomodado por lhe dedicarmos cuidados. 2Meu pai sofria de sonhos, saía pela noite de olhos transabertos. Como dormia fora, nem dávamos conta. Minha mãe, manhã seguinte, é que nos convocava: − Venham: papá teve um sonho! 3E nos juntávamos, todos completos, para escutar as verdades que lhe tinham sido reveladas. Taímo recebia notícia do futuro por via dos antepassados. Dizia tantas previsões que nem havia tempo de provar nenhuma. Eu me perguntava sobre a verdade daquelas visões do velho, estorinhador como ele era. − Nem duvidem, avisava mamã, suspeitando-nos. E assim seguia nossa criancice, tempos afora. 4Nesses anos ainda tudo tinha sentido: a razão deste mundo estava num outro mundo inexplicável. 11Os mais velhos faziam a ponte entre esses dois mundos. (...) Mia Couto Terra sonâmbula. São Paulo, Cia das Letras, 2007. Um elemento importante na organização do texto é o uso de algumas personificações. Uma dessas personificações encontra-se em:

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    ENEM 2012

    Logia e mitologia Meu coração de mil e novecentos e setenta e dois já não palpita fagueiro sabe que há morcegos de pesadas olheiras que há cabras malignas que há cardumes de hienas infiltradas no vão da unha na alma um porco belicoso de radar e que sangra e ri e que sangra e ri a vida anoitece provisória centuriões sentinelas do Oiapoque ao Chuí. CACASO. Lero-lero. Rio de Janeiro: 7Letras; São Paulo: Cosac & Naify, 2002. O título do poema explora a expressividade de termos que representam o conflito do momento histórico vivido pelo poeta na década de 1970. Nesse contexto, é correto afirmar que  

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    ENEM 2015

    Aquarela O corpo no cavalete é um pássaro que agoniza exausto do próprio grito. As vísceras vasculhadas principiam a contagem regressiva. No assoalho o sangue se decompõe em matizes que a brisa beija e balança: o verde – de nossas matas o amarelo – de nosso ouro o azul – de nosso céu o branco o negro o negro CACASO. In: HOLLANDA, H. B (Org.). 26 poetas hoje. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007. Situado na vigência do Regime Militar que governou o Brasil, na década de 1970, o poema de Cacaso edifica uma forma de resistência e protesto a esse período, metaforizando

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    UFRGS 2006

    Leia o poema a seguir, de Décio Pignatari, e considere as aflrmações que seguem. I - Trata-se de um exemplo de poesia concreta, vanguarda do século XX que alterou radicalmente os recursos materiais da construção poética, valendo-se inclusive, de técnicas da publicidade. II - No poema, o uso do imperativo e o jogo lúdico das aliterações contribuem para denunciar a forma persuasiva e sedutora da mensagem publicitária que induz ao consumo. III - O último verso é a síntese da intenção satírica do poema, que desqualifica o produto anunciado e, por extensão, a sociedade de consumo que ele representa. Quais estão corretas?

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    UFRGS 1998

    Considere as seguintes afirmações sobre o Concretismo. I - Buscou na visualidade um dos suportes para atingir rupturas radicais com a ordem discursiva da língua portuguesa. II - Teve como integrantes fundamentais Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari. III - Foi um projeto de renovação formal e estética da poesia brasileira, cuja importância fica restrita à década de 1950. Quais estão corretas?

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    INSPER 2012

    Dois e dois: quatro Como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena embora o pão seja caro e a liberdade pequena. Como teus olhos são claros e a tua pele, morena como é azul o oceano e a lagoa, serena como um tempo de alegria por trás do terror me acena e a noite carrega o dia no seu colo de açucena - sei que dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena mesmo que o pão seja caro e a liberdade, pequena. (Ferreira Gullar) Assinale a alternativa em que se analisa corretamente o sentido dos versos de Ferreira Gullar.

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    ENEM 2012

    Capa do LP Os Mutantes, 1968. Disponível em: http://mutantes.com. Acesso em: 28 fev. 2012 A capa do LP Os Mutantes, de 1968, ilustra o movimento da contracultura. O desafio à tradição nessa criação musical é caracterizado por

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    ENEM 2013

    Mesmo tendo a trajetória do movimento interrompida com a prisão de seus dois líderes, o tropicalismo não deixou de cumprir seu papel de vanguarda na música popular brasileira. A partir da década de 70 do século passado, em lugar do produto musical de exportação de nível internacional prometido pelos baianos com a “retomada da linha evolutória”, instituiu-se nos meios de comunicação e na indústria do lazer uma nova era musical. TINHORÃO, J. R. Pequena história da música popular: da modinha ao tropicalismo. São Paulo: Art, 1986 (adaptado). A nova era musical mencionada no texto evidencia um gênero que incorporou a cultura de massa e se adequou à realidade brasileira. Esse gênero está representado pela obra cujo trecho da letra é:

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    CFTMG 2006

    No Concretismo, vertente da poesia contemporânea surgida a partir dos anos 50, a característica essencial é a (o)

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    ITA 2011

    Considere o poema abaixo, "A cantiga", de Adélia Prado: "Ai cigana, ciganinha, ciganinha, meu amor". Quando escutei essa cantiga era hora do almoço, há muitos anos. A voz da mulher cantando vinha de uma cozinha, ai ciganinha, a voz de bambu rachado continua tinindo, esganiçada, linda, viaja pra dentro de mim, o meu ouvido cada vez melhor. Canta, canta, mulher, vai polindo o cristal, canta mais, canta que eu acho minha mãe, meu vestido estampado, meu pai tirando boia da panela, canta que eu acho minha vida. (Em: Bagagem. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.) Acerca desse poema, é incorreto afirmar que

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    CESGRANRIO 1994

    MEU POVO, MEU POEMA Meu povo e meu poema crescem juntos como cresce no fruto a árvore nova No povo meu poema vai nascendo como no canavial nasce verde o açúcar No povo meu poema está maduro como o sol na garganta do futuro Meu povo em meu poema se reflete como a espiga se funde em terra fértil Ao povo seu poema aqui devolvo menos como quem canta do que planta (Ferreira Gullar) Muitas vezes, em um mesmo poema. encontram-se traços que se repetem em outras estéticas literárias, como se percebe no texto, de Ferreira Gullar. Assinale o que NÃO se encontra nesse texto.

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    UFRGS 2006

    Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir sobre o movimento tropicalista. (   )Constituiu um movimento contracultural do final dos anos 60, liderado pelos músicos Caetano Veloso e Gilberto Gil. (   ) A sua estética compreendia o estilhaçamento da linguagem discursiva, a miscigenação de sons, ritmos e instrumentos diferenciados, a valorização do corpo e o tom parodístico das composições. (   ) Em 1968, a apresentação da canção "É Proibido Proibir", por Caetano Veloso, no Festival Internacional da Canção, foi a primeira manifestação desse movimento e teve uma recepção calorosa por parte do público e da crítica. (   ) As canções tropicalistas afinavam-se e davam continuidade a chamada "canção de protesto", da década de 60, por priorizarem o conteúdo sociopolítico. (   ) Além das obras musicais, são consideradas manifestações do tropicalismo no Brasil a encenação da peça 'O Rei da Vela', de Oswald de Andrade, pelo dramaturgo Celso Martinez Corrêa, e os filmes de Glauber Rocha. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

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    ENEM 2015

    Casa dos Contos & em cada conto te cont o & em cada enquanto me enca nto & em cada arco te a barco & em cada porta m e perco & em cada lanço t e alcanço & em cada escad a me escapo & em cada pe dra te prendo & em cada g rade me escravo & em ca da sótão te sonho & em cada esconso me affonso & em cada claúdio te canto & e m cada fosso me enforco & ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 1978. O contexto histórico e literário do período barroco- árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de 1975. A restauração de elementos daquele contexto por uma poética contemporânea revela que

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    UNIFESP 2011

    De tudo que é nego torto Do mangue e do cais do porto Ela já foi namorada O seu corpo é dos errantes Dos cegos, dos retirantes E de quem não tem mais nada Dá-se assim desde menina Na garagem, na cantina Atra's do tanque, no mato É a rainha dos detentos Das loucas, dos lazarentos Dos moleques do internato E também vai amiúde Co'os velhinhos sem saúde E as viúvas sem porvir Ela é um poço de bondade E é por isso que a cidade Vive sempre a repetir Joga pedra na Geni Joga pedra na Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni (Chico Buarque. Geni e o zepelim.) A partir do início do fragmento selecionado, uma série de versos consecutivos vai caracterizando a personagem Geni numa mesma direção semântica e segundo uma mesma lógica, até que um determinado verso provoca uma ruptura significativa nessa trajetória, criando uma intensa oposição de sentido no poema. Esse verso está transcrito em

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    UFES 2000

    "Como atitude, o tropicalismo está presente em outras produções culturais da época, como a encenação de 'O Rei da Vela'; de Oswald de Andrade, pelo Grupo Oficina; ou no filme 'Terra em transe', de Glauber Rocha; ou nas experiências de artes plásticas de Hélio Oiticica. O tropicalismo é a expressão de uma crise, uma opção estética que inclui um projeto de vida, em que o comportamento passa a ser elemento crítico, subvertendo a ordem mesma do cotidiano e marcando os traços que vão influenciar de maneira decisiva as tendências literárias marginais. O tropicalismo revaloriza a necessidade de revolucionar o corpo e o comportamento. Será inclusive por esse aspecto da crítica comportamental que Caetano Veloso e Gilberto Gil serão exilados pelo regime militar. As preocupações com o corpo, o erotismo, as drogas, a subversão de valores apareciam como demonstrações da insatisfação com um momento em que a permanência do regime de restrição promovia a inquietação, a dúvida e a crise da intelectualidade"  Com base no trecho acima - retirado do estudo "Literatura marginal e o comportamento desviante", de 1979, de autoria de Ana Cristina Cesar -, assinale a opção CORRETA

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    ENEM 2014

    O objeto escultórico produzido por Lygia Clark, representante do Neoconcretismo, exemplifica o início de uma vertente importante na arte contemporânea, que amplia as funções da arte. Tendo como referência a obra Bicho de bolso, identifica-se essa vertente pelo(a)

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    UEMA 2015

    O texto a seguir faz parte do conto Verde Lagarto Amarelo, de Lygia Fagundes Telles. O episódio abaixo reproduz o diálogo entre dois irmãos, Rodolfo e Eduardo. Leia-o, com atenção, a fim de responder à questão.     Ele entrou no seu passo macio, sem ruído, não chegava a ser felino: apenas um andar discreto. Polido.     ― Rodolfo! Onde está você?... Dormindo? — perguntou quando me viu levantar da poltrona e vestir a camisa. Baixou o tom de voz. – Está sozinho?     Ele sabe muito bem que estou sozinho, ele sabe que sempre estou sozinho.     ― Estava lendo.     ― Dostoiévski?     Fechei o livro e não pude deixar de sorrir. Nada lhe escapava.     ― Queria lembrar uma certa passagem... Só que está quente demais, acho que este é o dia mais quente desde que começou o verão.     Ele deixou a pasta na cadeira e abriu o pacote de uvas roxas.     ― Estavam tão maduras, olha só que beleza – disse tirando um cacho e balançando-o no ar como um pêndulo. – Prova! Uma delícia.     (...)     ― Vou fazer um café – anunciei.     ― Só se for para você, tomei há pouco na esquina. Era mentira. O bar da esquina era imundo e para ele o café fazia parte de um ritual nobre, limpo. (...) Fonte: TELLES, Lygia Fagundes. Melhores contos de Lygia Fagundes Telles / Seleção de Eduardo Portella. 12. ed. Coleção melhores contos. São Paulo: Global, 2003. No fragmento a seguir, há ocorrência de um recurso linguístico que aproxima sensações de planos sensoriais diferentes, conhecido como sinestesia.     “Ele entrou no seu passo macio, sem ruído, não chegava a ser felino: apenas um andar discreto. Polido.     ¯ Rodolfo! Onde está você?... Dormindo? — perguntou quando me viu levantar da poltrona e vestir a camisa. Baixou o tom de voz. – Está sozinho?” O trecho que apresenta recurso sinestésico, a exemplo do fragmento anterior, é

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    Stoodi 2022

    A parábola do algodão e do pão  se uma mordida num chumaço de algodão/um arrepio.   se uma mordida num pedaço de pão/um não vazio.               se o chumaço          no ouvido de um faminto            :um som sentido.            se um sem sentido                do faminto        :um pedaço não mordido.   se o não vazio de um pedaço de pão/um bem mordido.   se o bom macio de um chumaço de algodão/um mal sentido.   o mal sentido do faminto de pão vazio:   com o sem sentido do vazio num algodão mordido.  - Mário Chamie, em "Sábado na hora da escuta: antologia poética". São Paulo: Summus Editorial, 1978. Dentro da proposta poética da Poesia Práxis, que surgiu a partir de uma cisão do Concretismo, temos no poema acima  

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    UEG 2018

    Observe a imagem e leia o poema a seguir A leitura, tanto da imagem quanto do poema apresentados, metaforiza o caráter

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    UNICAMP 2018

    O poema abaixo é de autoria do poeta Augusto de Campos, integrante do movimento concretista. Nesse poema, nota-se uma técnica de composição que consiste

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    ENEM 2018

    A Casa de Vidro Houve protestos. Deram uma bola a cada criança e tempo para brincar. Elas aprenderam malabarismos incríveis e algumas viajavam pelo mundo exibindo sua alegre habilidade. (O problema é que muitos, a maioria, não tinham jeito e eram feios de noite, assustadores. Seria melhor prender essa gente – havia quem dissesse.) Houve protestos. Aumentaram o preço da carne, liberaram os preços dos cereais e abriram crédito a juros baixos para o agricultor. O dinheiro que sobrasse, bem, digamos, ora o dinheiro que sobrasse! Houve protestos. Diminuíram os salários (infelizmente aumentou o número de assaltos) porque precisamos combater a inflação e, como se sabe, quando os salários estão acima do índice de produtividade eles se tornam altamente inflacionários, de modo que. Houve protestos. Proibiram os protestos. E no lugar dos protestos nasceu o ódio. Então surgiu a Casa de Vidro, para acabar com aquele ódio. ÂNGELO, I. A casa de vidro. São Paulo: Círculo do Livro, 1985.   Publicado em 1979, o texto compartilha com outras obras da literatura brasileira escritas no período as marcas  o contexto em que foi produzido, como a

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    UEG 2012

      O bicho Manuel Bandeira   Vi ontem um bicho Na imundície do pátio Catando comida entre os detritos. Quando achava alguma coisa, Não examinava nem cheirava: Engolia com voracidade. O bicho não era um cão, Não era um gato, Não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem.   Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 1993. p. 201-202.     Os poemas de Augusto de Campos e de Manuel Bandeira tematizam  

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    ENEM 2017

    Aí pelas três da tarde Nesta sala atulhada de mesas, máquinas e papéis, onde invejáveis escreventes dividiram entre si o bom senso do mundo, aplicando-se em ideias claras apesar do ruído e do mormaço, seguros ao se pronunciarem sobre problemas que afligem o homem moderno (espécie da qual você, milenarmente cansado, talvez se sinta um tanto excluído), largue tudo de repente sob os olhares a sua volta, componha uma cara de louco quieto e perigoso, faça os gestos mais calmos quanto os tais escribas mais severos, dê um largo “ciao” ao trabalho do dia, assim como quem se despede da vida, e surpreenda pouco mais tarde, com sua presença em hora tão insólita, os que estiveram em casa ocupados na limpeza dos armários, que você não sabia antes como era conduzida. Convém não responder aos olhares interrogativos, deixando crescer, por instantes, a intensa expectativa que se instala. Mas não exagere na medida e suba sem demora ao quarto, libertando aí os pés das meias e dos sapatos, tirando a roupa do corpo como e retirasse a importância das coisas, pondo-se enfim em vestes mínimas, quem sabe até em pelo, mas sem ferir o decoro (o seu decoro, está claro), e aceitando ao mesmo tempo, como boa verdade provisória, toda mudança de comportamento.  NASSAR, R. Menina a caminho. São Paulo: Cia. das Letras. 1997.    Em textos de diferentes gêneros, algumas estratégias argumentativas referem-se a recursos linguístico-discursivos mobilizados para envolver o leitor. No texto, caracteriza-se como estratégia de envolvimento a  

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    UFRGS 2019

    Leia o microconto “Adão”, de João Gilberto Noll, publicado em Mínimos, múltiplos, comuns.  “Resguardo”, palavra vetusta. Verdadeiros camafeus a recebem, figuras fora do alcance de qualquer viva vibração. Ela estava agora fora do alcance até de si mesma, já era substância de uma outra, alguém que de fato nunca vira em seus embalos, flutuações, transtornos. Deitada no tapete, feito roupa despida, sem sustentar por mais de alguns segundos alguma consciência de si ou do entorno. Já no seu terceiro dia de abandono. Batem à porta, ela não ouve. Soletram bem alto seu nome, suplicam. Em vão. Até que num ímpeto retorna a seu antigo pesadelo e diz: “Vou atender, vou sim, é minha viciada missão...”. Levanta-se com esforço, tateia. Ela abre a porta. Olhem ali: a figura que abre atendendo aos chamados é um homem, estritamente um. Chama-se Adão.   Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmações sobre o microconto.   ( ) O microconto apresenta um instante ficcional completo e intenso: a solidão existencial, representada na figura de Adão. ( ) O narrador é onisciente e poderoso: sabe do passado, presente e futuro da personagem. ( ) O poder do narrador abarca até mesmo o leitor, perceptível na expressão “Olhem ali”. ( ) O tempo está em suspensão, marcado pelos verbos no presente: recebem, ouve, soletram, retorna, levanta-se, abre.   A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é

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    UNEMAT 2006

    A refinada arte de narrar, compor personagens, tipos, numa linha de neo-realismo violento e de exploração do universo brasileiro marginalizado coloca João Antonio como um dos melhores escritores da ficção contemporânea. Diante dessa afirmativa, assinale a alternativa INCORRETA:

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    FEI 2016

    Leia os primeiros parágrafos do livro Terra sonâmbula, do escritor moçambicano Mia Couto: “Naquele lugar, a guerra tinha morto a estrada. Pelos caminhos só as hienas se arrastavam, focinhando entre cinzas e poeiras. A paisagem se mestiçara de tristezas nunca vistas, em cores que se pegavam à boca. Eram cores sujas, tão sujas que tinham perdido toda a leveza, esquecidas da ousadia de levantar asas pelo azul. Aqui, o céu se tornara impossível. E os viventes se acostumaram ao chão, em resignada aprendizagem da morte. A estrada que agora se abre a nossos olhos não se entrecruza com outra nenhuma. Está mais deitada que os séculos, suportando sozinha toda a distância. Pelas bermas apodrecem carros incendiados, restos de pilhagens. Na savana em volta, apenas os embondeiros contemplam o mundo a desflorir. Um velho e um miúdo vão seguindo pela estrada. Andam bambolentos como se caminhar fosse seu único serviço desde que nasceram. Vão para lá de nenhuma parte, dando o vindo por não ido, à espera do adiante. Fogem da guerra, dessa guerra que contaminara toda a sua terra. Vão na ilusão de, mais além, haver um refúgio tranquilo. Avançam descalços, suas vestes têm a mesma cor do caminho. O velho se chama Tuahir. É magro, parece ter perdido toda a substância. O jovem se chama Muidinga. Caminha à frente desde que saíra do campo de refugiados. Se nota nele um leve coxear, uma perna demorando mais que o passo. Vestígio da doença que, ainda há pouco, o arrastara quase até à morte. Quem o recolhera fora o velho Tuahir, quando todos outros o haviam abandonado. O menino estava já sem estado, os ranhos lhe saíam não do nariz mas de toda a cabeça. O velho teve que lhe ensinar todos os inícios: andar, falar, pensar. Muidinga se meninou outra vez. Esta segunda infância, porém, fora apressada pelos ditados da sobrevivência. Quando iniciaram a viagem já ele se acostumava de cantar, dando vaga a distraídas brincriações. No convívio com a solidão, porém, o canto acabou por migrar de si. Os dois caminheiros condiziam com a estrada, murchos e desesperançados” (COUTO, M. Terra Sonâmbula. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 09). Pelas características estilísticas observadas nesse fragmento, é possível entender por que Mia Couto é comparado frequentemente ao escritor brasileiro:

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    UEPG 2016

    Sobre o fragmento a seguir, do romance O Filho Eterno, assinale o que for correto.  "[...] O pai começa a perceber que todas as crianças especiais são diferentes umas das outras de um modo mais radical do que no mundo do padrão da normalidade. Os estímulos sobrecarregados que recebem (elas ouvem a palavra "não" milhares de vezes a mais do que qualquer pessoa normal), o nível sempre diferente do aparato neurológico de recepção e a falta de referências ao longo da vida cotidiana, tudo isso vai criando essa solidão especial, a um tempo derramada, afetiva e inexpugnável, que às vezes explode em agressividade surda. No caso dele, é como se o desespero de normalidade que assombrava o pai passasse também ao filho, cujas únicas balizas eram as do pai, não as dele mesmo, em nenhum momento. Como se o filho não tivesse nenhuma medida própria; como se ele não tivesse cabeça para desenvolvê-la, o que é absurdo. [...]”.   1) Este fragmento demonstra que o personagem pai começa a aceitar a diferença de seu filho ante sua própria diferença. As crianças especiais são diferentes umas das outras. Este dado difere de outros momentos iniciais da narrativa em que o filho era visto, pelo pai, como um "mongoloide" típico. 2) Este fragmento demonstra que o mundo das referências de uma criança dita especial e de uma criança dita normal é exatamente o mesmo. Se uma criança especial como Felipe explode em agressividade surda, é apenas pelo desespero de normalidade que assombra seus pais que não creem em sua superação em grupo, o que é apenas uma questão simbólica da subjetividade familiar e não uma questão fisiológica. 3) Este fragmento aponta que uma criança especial sofre mais interdições ao longo de sua vida. 4) Este fragmento mostra que a criança especial sente-se e reconhece-se – ao lado de outras crianças como ela – uma criança passiva e sem diferenças, sobretudo quando passa a partilhar de uma escola especializada. 5) Este fragmento ilustra, ao falar de uma "solidão especial" das crianças anormais, uma situação emotiva diferenciada advinda, igualmente, como constructo familiar em uma sociedade em que o padrão da normalidade é vigente.   A sequência correta é:

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